Varejo online fatura R$33 bilhões no segundo trimestre de 2020

Já faz algum tempo que o mercado de e-commerce está em ascensão. Empresas do setor não param de apresentar resultados surpreendentes, a exemplo do Mercado Livre, que superou recentemente gigantes como Vale e Petrobrás e se tornou a empresa mais valiosa da América Latina.

Então, para entender melhor o cenário atual, iluminar os próximos passos do e-commerce e auxiliar na tomada de decisão dos gestores da área, a Compre & Confie elaborou a quarta edição do relatório Neotrust, com dados reais, exclusivos e atualizados sobre o mercado digital brasileiro. 

Você pode acessar o documento na íntegra pelo site. A seguir, separamos os principais números e insights do mercado online brasileiro. 

Confira também:

Um crescimento histórico de vendas

O relatório Neotrust é uma das principais fontes para quem trabalha com mercado digital. Isso porque ao invés de utilizar dados amostrais para traçar as estimativas, a Neotrust utiliza dados reais das compras realizadas, e tem o destaque de contar com a maior cobertura de transações no mercado online brasileiro.

Por isso, a quarta edição da Neotrust traz um conjunto bastante rico de dados sobre as vendas pela internet no segundo trimestre de 2020.

Dentre as revelações mais impactante está o aumento do número de pedidos: entre abril e junho, foram realizadas 82,8 milhões de compras no e-commerce, um aumento de 112,3% comparando com o mesmo trimestre no ano passado.

Esse crescimento expressivo no volume de vendas online ficou refletido também no faturamento das empresas que, juntas, atingiram um recorde histórico de 33 bilhões de reais. Em relação ao segundo trimestre de 2019, esse valor representa uma variação de 104,2%, ou seja, as receitas do setor mais que dobraram.

O pódio de categorias campeãs em volume de vendas no período foi encabeçado por moda e acessórios, que representaram 19,5% do total; beleza, perfumaria e saúde ficou em segundo, com 13,7% dos pedidos; e entretenimento veio logo depois, correspondendo à 12,6% do total de vendas.

As novas tendências do e-commerce

Uma das principais tendências desse relatório foi a inserção dos bens de consumo não-duráveis (como alimentos, produtos de limpeza, etc.) na cesta de compras dos shoppers.

Por serem adquiridos com frequência cotidiana e apresentarem um valor agregado médio menor do que os bens duráveis, como eletrônicos, celulares e videogames, é natural que a compra de bens não-duráveis tenha um ticket médio menor.

É justamente o crescimento das vendas desses produtos de menor valor agregado que explica a diminuição de 3,8% no ticket médio dos pedidos nesse segundo trimestre. Mas, apesar dessa pequena queda, não há motivos para se preocupar: na verdade, esse é mais um sinal positivo para o setor.

Outro dado relevante é a entrada de novos consumidores no e-commerce: durante o trimestre, foram 5,7 milhões de brasileiros que experimentaram a compra online pela primeira vez. 

Com isso, o número de consumidores únicos subiu de 12,9 milhões em 2019 para 23,6 milhões no mesmo período de 2020, um crescimento de 82,1% em apenas um ano.

A faixa etária mais ativa no varejo online foi a de 36 a 50 anos, que totalizou 32,5% do total de shoppers. Além disso, no e-commerce há uma predominância feminina: as mulheres foram 56,9% dos usuários.

Apesar dos números bastante favoráveis, ainda existe bastante espaço para o mercado digital brasileiro crescer — no primeiro semestre de 2020, o setor atingiu apenas 22,8% das pessoas com acesso à internet no país. Se olharmos apenas para o segundo trimestre, o número é ainda menor, caindo para 18,2%.

A importância da experiência do consumidor

O quarto relatório Neotrust reforçou também a importância de oferecer uma boa experiência de consumo online, incluindo pela primeira vez os dados do E-commerce Quality Index, ou EQI, como é conhecido. 

O EQI é um indicador que tem como objetivo avaliar a qualidade da jornada de compras online do varejo e da indústria. Essa é a única pesquisa qualitativa do mercado brasileiro que analisa a experiência e o conteúdo no e-commerce sob a perspectiva do cliente final, trazendo portanto insights únicos para as empresas da área.

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Após extrair e analisar o conteúdo das páginas dos produtos, é calculada uma nota, de acordo com os 5 critérios acima, para medir a qualidade da experiência de consumo para o cliente final. 

A edição mais recente do EQI voltou sua atenção ao mercado de saúde, higiene e beleza, e demonstrou uma forte correlação entre experiência de compra e aumento do faturamento.

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As marcas líderes do mercado de saúde, higiene e beleza possuem um EQI 7,8% maior do que marcas menos representativas. Entre os fatores que justificam essa diferença de nota, os principais são o maior número de imagens dos produtos e a maior presença de avaliações e comentários de usuários da marca.

Cada página de produto possui, em média, uma descrição de 150 palavras. E, das mais de 350 mil páginas do setor que foram analisadas, apenas 15,8% possuíam uma ou mais avaliações de clientes. 

Ainda, o EQI revelou que o índice geral de saúde, higiene e beleza ficou abaixo da média quando comparado a outras áreas do e-commerce, o que o relatório aponta como uma oportunidade para as empresas do ramo se destacarem e conquistarem espaço no mercado.

Então, para que a demanda no e-commerce continue crescendo após a suspensão das barreiras sanitárias, é essencial que os varejos online sigam investindo na experiência de compra do consumidor.

Por isso, é fundamental ter boas imagens e descrições em todos os produtos no catálogo do e-commerce. Incentivar os clientes da empresa a compartilharem seu feedback online também é muito importante, pois é uma forma de assegurar novos compradores que a marca é confiável e estimulá-los a experimentar também.

E, com isso, finalizamos o nosso resumo da 4ª edição do relatório Neotrust. Para visualizar outros dados sobre e-commerce e o setor de saúde, higiene e beleza, não deixe de conferir a pesquisa completa do EQI, disponível neste link!

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Guilherme Marques

Publicitário pela UFMG, baiano com orgulho e apaixonado por cinema. Atualmente é graduando de economia e adora um bom papo sobre política.

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